O Pessimismo

O pessimismo nas obras do romancista russo. Dostoievski faz de suas personagens pura representações, símbolos mesmo, dos grandes conflitos e problemas universais – aliás, isso ele o faz de maneira esteticamente perfeita. O equilíbrio das formas é colocado em um prisma significativo de relacionamento ao conteúdo, partindo de uma premissa básica de que o homem nesse relacionamento toma, com o escritor Fiódor Miklailovitch Dostoievski, um momento que simboliza diversas categorias existenciais. O homem,  para o nobre escritor russo, representa o seu ambiente próximo presente,  o passado histórico, o tipo-ação, o Tempo, contradição consigo próprio, e, principalmente, a universalidade de sua existência, a problemática filosófica-universal do ser.

O autor não nega também a existência das faces coloridas, pois, não há entre o mundo e o homem somente desolação. Mas, nele, há uma predominância do conteúdo pessimista, apesar de aparecer em enquadramento plásticos sempre analíticos, que podem acontecer de surgir ao leitor de modo aparentemente mais suave. Aliás, é este um modo de recurso literário, conferindo a grandes problemas um pouco de esquematização teóricas, para que as amarguras da vida não surjam de paralelas tão reais. Em todo o caso, sua literatura à medida em que é analítica, é de um realismo bastante severo. O pessimismo predomina em boa parte de seus escritos, com personagens difíceis de serem esquecidas, porque encontramos entre nós muitos exemplos similares.

Para “captarmos” o mundo psicologicamente-estético do romancista russo, dadas as suas homogêneas proposições, não precisamos ir muito longe. Basta uma rápida análise de qualquer pequena obra sua para verificarmos a exatidão da afirmativa. Em seu quase desconhecido conto O SONHO DE UM HOMEM RIDÍCULO, temos um exemplo típico da perspectiva paradoxal de suas dimensões. O choque dos contrastes é altamente explícito, como a relação entre a meditação solitária de um homem esquecido e um mundo que o cerca. O próprio autor sofreu bastante por causa de suas ideias. Em Recordações da Casa dos Mortos, encontramos as experiências mais chocantes em seu tempo de prisão.

Não é por acaso que o pessimismo foi o aspecto predominante em suas obras, marcadas por personagens muitos bem estruturadas. Para nós, Dimitri Karamasov foi uma das maiores, personagem de seu romance Os Irmãos Karamasov.

Horizontalidade e Verticalidade

A Horizontalidade e a Verticalidade, sendo elementos técnicos de tipos e personagens, em uma afirmação teórica que diria ser mais propriamente individual e particularmente válida, condiciona um relacionamento ao cotidiano nas obras do escritor, que classifica de princípio as suas criações humanas. A sua personagem, não sendo algo de Regionalista e nem Nacionalista, mas sim, resultado de uma visão crítico-pessimista do mundo, atinge a Universalidade. Suas personagens são completamente válidas, principalmente, pela apreensão do autor, de um angustiante marchar dos dias.

© por Reinidolch Caffagni