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DIVÃ DO DOUTOR CAFFAGNI
DIVÃ DO DOUTOR CAFFAGNI

Fiodor M. Dostoievski: A Interiorização do “outro”

 

As pinturas típicas na busca de um equilíbrio entre o que é proposto à uma imaginação individual e particularmente sintetizada em um determinado ser, colorarão à prova o poder humano de observar o “outro”. Ele conseguia interiorizar esse “outro”, para, em uma perspectiva racional (sobrevivendo como conjunto artisticamente verdadeiro), propor através de conteúdos pessoais (novos e ligados aos ideais de Homem), aspectos intimamente ligados ao causal elemento histórico (herdado e acumulado culturalmente e abordado num determinado tempo e espaço). A aparente fuga imposta ao mundo psicologicamente autêntico de suas personagens, nada mais é do que a aprovação de uma atmosfera de deliberada insatisfação. Tornando cada elemento humano um exemplar de revolta e frustação contra o Tempo, no caso particular; e o Espaço, previstamente imaginados de uma Rússia e Estado político-social de grandes problemas sociais. Como o afirma Georg Lukács em seu livro Ensaios sobre Literatura:

            “Para Dostoievski, a estrutura psíquica e existência particular dos seus personagens nascem da particularidade da miséria nas grandes metrópoles. Observamos os primeiros contos e os grandes romances da maturidade artística de Dostoievski: MEMÓRIAS DA CASA DOS MORTOS; HUMILHADOS E OFENDIDOS; CRIME E CASTIGO. Nessas obras o autor apresenta todos os problemas até agora examinados sob o aspecto de suas consequências psíquicas; a estrutura psíquica das figuras dostoievskianas e a deformação de seus ideais morais nascem na miséria como fato social na sociedade contemporânea. A humilhação e a ofensa saídas miséria nas grandes cidades são as bases daquele individualismo mórbido, daquela desejo macabro de conquistar o poder no ambiente em que vive.”

Ao entrarmos diretamente em contato com qualquer obra do citado autor russo, verificamos que nele as personagens deixam-nos concluir da exatidão de seus possíveis horizontes. Elas “jogam” simbolicamente no Tempo e no Espaço (dinamicamente, já que em primeiro plano elas representam uma revolta ao meio). Numa continuidade comportamentista em busca da autêntica realização humana, criticando e mesmo rejeitando esquemas e valores sociais, apesar de viver sob suas visões horizontais. Para propor esquematizações estruturadamente novas, encontramos nesse esforço as descidas profundas ao interior do Homem (homem psíquico antes de tudo) com grande sucessão, para propor-lhe uma verticalidade analítica à amostragem dos conflitos e aos possível alcance da plenitude da vida.

 

© por Reinidolch Caffagni